Trabalhando atualmente com formação de educadores num projeto de âmbito nacional percebo que esta separação ainda se faz muito presente. Noto, por exemplo, que alguns educadores têm dificuldade e até resistência em relação ao planejamento escolar por considerá-lo uma atividade complexa e até mesmo desnecessária. Nas escolas regulares, geralmente, isso não é muito diferente, embora saibamos que já existem experiências significativas de planejamento, tendo em vista a promoção de ações educativas de cunho transformador.
Com a aprovação das Novas Diretrizes para o curso de Pedagogia (2005/2006) as atribuições próprias dos especialistas em educação foram assimiladas à função docente. Assim, todo pedagogo tem hoje como base de sua formação a docência, mas uma docência que deve estar preparada para atuar tanto no ensino, como na pesquisa e na gestão. Martins (2009) expõe claramente este novo conceito de docência defendido nas referidas diretrizes: “(...) docência que vai além do mero exercício prático e metodológico de algumas ‘técnicas’ de ensino, que não se originam nem se findam no cotidiano das salas de aula. Tem-se, assim, a possibilidade de ampliar o ato educativo da docência para uma atividade educativa de fato, em seu sentido mais pleno e não circunscrito à escola (...)”.
O referido autor defende esta perspectiva, apontando-a como guiada pelo princípio da totalidade, mas lembra que as diretrizes não são uma garantia para viabilizar tais práticas.
Referência
MARTINS, Fernando José. Pedagogia e docência no Brasil. II Congresso Internacional do CIDInE: Novos contextos de formação, pesquisa mediação. 2009. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2009.